sábado, 19 de fevereiro de 2011

Movimento de Transição: uma alternativa

O movimento de transição baseia-se no pressuposto de que se aproxima o fim do petróleo barato com o atingir do seu pico. Este desafio deve, segundo este movimento, ser abordado em simultâneo com a questão das alterações climáticas.

O conceito foi criado por Louise Rooney e Catherine Dunne, tendo sido popularizado por Rob Hopkins, está na base daquilo que poderá constituir um novo modelo social, económico e até político.

Este modelo baseia-se nas seguintes ideias-chave:


1. As alterações climáticas e o Pico do Petróleo requerem uma acção urgente;
2. A vida com uma dramática redução no consumo de energia é inevitável e será melhor existir uma transição planeada do que ser apanhado de surpresa;
3. A sociedade industrial perdeu a capacidade de resiliência, deixando as comunidades actuais vulneráveis a crises energéticas;
4. Temos de reagir colectivamente e temos de o fazer já;
5. Os padrões de consumo actuais e o crescimento económico contínuo num planeta com recursos limitados não são simplesmente possíveis;
6. Aproveitando as capacidades de todos é possível encontrar formas de viver mais enriquecedores e que reconheçam os limites do nosso planeta.


Um dos conceitos fundamentais do movimento é, assim, o da Resiliência, entendido como a capacidade de um sistema, desde um indivíduo até uma economia inteira, manter o seu funcionamento após um dramático choque com origem externa (como uma crise energética, por exemplo).

Segundo este modelo, o desenvolvimento local deverá passar pela relocalização, dinamizando-se políticas e iniciativas que permitam às diversas regiões e/ou comunidades libertarem-se de uma dependência excessiva da economia global, investindo os seus próprios recursos para produzir uma parcela significativa dos bens e serviços que consomem: água, alimentação, materiais de construção, tecidos, madeira, energia, etc..

Com base nos seus princípios, as “iniciativas de transição” foram nascendo um pouco por todo o mundo, consistindo em comunidades mais ou menos extensas (em alguns casos envolvendo cidades inteiras) que adoptaram princípios de resiliência e auto-sustentabilidade.




(O vídeo legendado pode ser encontrado aqui)

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